quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Pop Magick - E o Demiurgo então somos nós





Lendo um texto sobre o assunto eu parei pra refletir sobre como o ser humano levou a sério essa história de tentar ascender ao patamar divino. É  algo realmente fantástico você pensar que o mero fato de você crer em alguma coisa faz dela uma entidade e pior! Se você a cultua, ela passa a ser um Deus. Você simplesmente saiu da posição de criação pra posição de criador num piscar de olhos, como se Deuses só existissem porque VOCÊ acredita neles...é nessa parte do sonho que eu apareço com o despertador no volume máximo pra te acordar desse belo sonho.
Cara, presta bem atenção, roupagem cultural é como aquele povo entende a divindade e não a invenção da deidade propriamente dita. Ninguém inventou a Guerra, ninguém inventou o Amor, ninguém inventou os Trovões...e não, esses fatos por si só, não são os Deuses, são alguns arquétipos. ALGUNS, assim como os mitos. Gente, alô? Entidade fala com o ser humano desde que o mundo é mundo, entidade aparece pro ser humano desde que o mundo é mundo, porque seria diferente antes? Porque eles não tinham exatamente catalogado o que era mediunidade? Acho que não, né?
Ao contrários de alguns tipos de entidades menores, Divindades não precisam do ser humano pra porra nenhuma a não ser pra se manifestarem através deles E OLHE LÁ. Não, elas não dependem do seu culto, elas vão continuar existindo gostemos ou não disso. Elas são a força que não entendemos, o sopro de vida que não é possível explicar, mas tentar explicar isso pra quem não tem essa consciência, é como tentar explicar como magia funciona pra um ateu.
O Pop Magick é muito interessante em questão de conceituação  teórica, porém, é falho a partir do momento em que joga na mão do ser humano, o poder de criação de uma natureza que ele não entende nem um milésimo. Pensa comigo, o sujeito usa muito mal 10% de sua capacidade cerebral, muito mal conhece o lugar que habita (alguns não conhecem direito o próprio bairro), mal conhece todas as funções de seu próprio corpo, não conhece 1% do que seria o plano astral e...o melhor de tudo, SENTE DOR E MORRE. É realmente na mão de alguém tão limitado que está a criação de forças que SÓ venceram a única coisa que, por mais que façamos esforço, não podemos controlar?
A imortalidade é simplesmente o principal fator que separa homens e Deuses. O ser humano nada mais é que carne em constante processo de apodrecimento, você morre a cada suspiro que dá...enquanto os Deuses estão lá, vendo o mundo girar e morrer todos os dias desde que esta bodega foi criada. Estamos falando de que? Milênios? Você realmente acha que possui o poder de criar algo que viva tanto tempo a mais assim do que você? Que belo criador burro você é...
Mas ao mesmo passo, essa tese da mente humana ser a geradora de todas as entidades acaba gerando uma outra problemática. Se nós criamos os Deuses, então nós somos os criadores da Ordem, pior! Nós SOMOS a ordem. Isso para a maioria pode parecer bobagem, mas para pra galera anti-cósmica é um puta chute no saco, no fim, você tá correndo atrás do próprio rabo quando diz que quer destruir o Demiurgo, mas por outro lado não deixa de ser misantrópico (nossa, que confuso...).
A minha visão tende mais para a visão do Homo Galata (tá, muita gente vai boiar, mas acho que vai dar pra entender mais ou menos o conceito) aquele vai mudar a ordem em sua própria esfera de atuação e não vai se meter em esfera que ele não conhece porque ele tem seus Deuses pra isso. Você só pode destruir aquilo que você conhece e entende, destruir um Deus é...sei lá, acho que é tipo querer segurar o vento com as mãos ou qualquer coisa bem non sense do gênero. O Homo Galata entende suas limitações e, principalmente, seu campo de atuação. Encontra em seu tempo de vida, curto, a coragem pra ir cada vez mais além na sua própria convicção e missão, sem perder a noção de que ele é um mero agente das forças acausais.
Sim, todos somos divinos, mas não nos comparemos a coisas que não entendemos. Isso é coisa de ocultista de livraria que nunca fez uma porra de ritual na vida ou simplesmente nunca teve contato com nenhum tipo de entidade. Não, não é mais questão de crença, é questão de Ego. Entenda, você morre e isso te faz o mais fraco ser pensante de todos.

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2 comentários:

  1. Eu voltei a ler teu blog denovo pq quando o conheci não sabia o que era pop Magick, admito que foi um universo que me fascinou exceto pela "criação " de Deuses como se fossem servidores, acho isso estranho até hoje hahahaha

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