Grupos, amigos, família,
pessoas influentes. Chega a ser cruel o tanto de influência que recebemos desde
a mais tenra idade até conseguirmos formar uma personalidade (quando
conseguimos) ou pelo menos ter uma idéia parcial do que queremos para nós. Mas
o que fazer quando nos deixamos levar por um sonho?
Um dos grandes fatores que
levam a maior parte da galera iniciante a desistir do caminho espiritual, é a
desilusão que eles sentem ao comprar o sonho e as sensações de terceiros como base
para suas experiências. Vamos concordar, é cruel todo mundo relatar que está
sentindo ou vendo algo e você não. Não é todo mundo que tem, não só a
maturidade, mas a força pra seguir depois de sucessivas experiências mal
sucedidas.
Muita gente não escolhe uma
religião ou um caminho por afinidade exatamente. Repare, sempre começa a
história com "Um amigo me apresentou...". Tá errado? Não! É legal
apresentarmos di versas hipóteses, mas o que as próprias pessoas não podem esquecer
é que elas precisam...não...elas NECESSITAM buscar outras vertentes por si
mesmas. Pesquisar, conhecer, estudar. Infelizmente, é a única maneira realmente
sadia de se encontrar seu verdadeiro caminho.
É engraçado, você passa anos
numa coisa e, apesar de se sentir confortável entre aquele pessoal, apesar de
sentir a presença espiritual...você ainda tem aquela pontinha de dúvida se é
aquilo mesmo que você tá procurando e um dia, você encontra algo novo e percebe
que é aquilo que você queria, é naquilo que você se encaixa melhor. Aí tem todo
aquele processo, você vai no lugar ou lê todo o material e começa a tentar
praticar e...é exatamente como todo mundo dizia que era no caminho atual que
você tá seguindo, ou seja, perfeito.
Não que você vá soltar raios
pelas mãos nem nada disso, nada disso. É aquela sensação de estar perfeitamente
alinhado com alguma coisa, de que aquilo era o que você tava caçando a vida
inteira e não sabia. Mas e agora? Como falar pra galera que você se encontrou
em outro lugar?
É aquilo, não se escolhe
espiritualidade por causa de influência externa. Isso vem de dentro e na grande
maioria das vezes você não tem controle sobre isso. A primeira parte é aceitar
que você nasceu pra algo totalmente diferente da tua galera. A segunda parte é
saber ser diplomático e dizer "galera, não dá mais pra ficar por aqui,
achei o meu lugar". E não, isso não é ser "ingrato", é ser
honesto. Continuar prestando honras a entidades que você não tem a menor
afinidade é se violar acima de tudo.
Vai sair? Saia, mas na responsa.
Não vai fazer que nem zé ruela que joga quartinha do santo no rio, quebra altar
do coven ou tocar fogo na Nossa Senhora. Não, tem merda nenhuma a ver isso. Ir
para outra religião não significa que você tenha que odiar ou repudiar sua
anterior, PELO CONTRÁRIO! Você tem mais é que ter MUITO respeito, afinal, um
dia ela também te ajudou. Seu sacerdote ou filosofia atual não te permite
participar das outras práticas? Ok, perdoável, mas NUNCA, JAMAIS você pode
atentar CONTRA ela.
E se alguém te chamar de
"vira a casaca" ou simplesmente cortar relações por conta de
ideologia contrária, agradeça. Essa pessoa nunca foi seu amigo de fato e
simplesmente tem a mente pequena demais pra entender que nem todo mundo pensa
igual a ela. Maturidade é algo que só podemos cobrar de nós mesmos, o resto,
cada um sabe de si. Uma amizade rasa desse tipo não vale o vazio que você sente
por dentro.
E sem medo de ser feliz. O
pessoal diz que a doutrina é "ruim", pois bem (DENTRO DO LIMITE DO
ACEITÁVEL, PELO AMOR DA LUZ ELÉTRICA) você nunca vai saber se é de fato ou não
se não meter a cara, se não estudar, se não for pesquisar. E nunca confunda,
achar interessante, com se identificar. Interesse é algo que todo mundo tem por
muita coisa, mas achar algo que te complete, é uma experiência única como a
morte.
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