domingo, 23 de fevereiro de 2014

O absurdo, o inviável e o preconceito





Todo mundo já tá mais que cansado de saber que no mundo do ocultismo existem aquelas pessoas que falam que fazem as mais inúmeras coisas: desde ir até Andrômeda e namorar seres de lá até evocar pessoas famosas pra bater um papinho. Ok, até aí tudo certo, porém o que você pensaria de alguém que te diz que toca em um objeto e pode saber o que houve ali em certo período de tempo? A primeira vista, muita gente vai dizer que é mais uma loucura...o problema é que essa loucura existe e é um tipo de mediunidade onde você pode saber certas coisas que ocorreram em tal lugar identificando a energia deixada ali.
O exemplo acima foi só uma demonstração de preconceito. Muitas pessoas que nunca ouviram falar de certas teorias ou práticas simplesmente podem tirar conclusões precipitadas e até taxá-las de bobagem ou mesmo charlatanismo, porém, outras coisas menos incríveis são taxadas de "possíveis" ainda que só sejam viáveis em teoria, pois na prática não há jeito de concretizá-las.
Essa diferença entre possível, inviável e absurdo anda um pouco distorcida na cabeça dos atuais ocultistas. Isso se deve ao fato de que as pessoas passaram muito mais a se focar em sua linha de estudo e prática e esquecem de pelo menos dar uma lida em outras coisas, principalmente em literaturas mais antigas (e chatas). Papus, Levi, Bardon e diversos outros autores andam freqüentemente esquecidos por conta de sua associação com "Alta Magia" e "Hermetismo". Pessoas de linhas mais "naturalistas" não aderem a esse tipo de leitura, principalmente pelo preconceito quanto aos autores serem cristãos, porém esquecem que são esses sujeitos que começam a conceituar diversas práticas (no Ocidente) no que tange a Manipulação Energética, Ritualística Básica, Mediunidade e etc.
Não se limitando a falar de autores antigos, também esquece-se de analisar certos conceitos de outras linhas de ocultismo, além da própria. Um exemplo bem clássico é com os wiccanos que tem um péssimo hábito de taxar religiões afro mais tradicionalistas, como o Candomblé que ainda mantém os sacrifícios de animais, como linhas negativas. Da mesma forma o satanismo e a magia do Caos são encaradas dessa mesma forma por causa de certos """""adeptos"""" que acabam descredibilizando essas linhas tornando-as distantes de suas realidades a medida que as fantasiam.
Isso significa que devemos acreditar em tudo? NÃO. Pessoas não são possuídas/assombradas por daemons a troco de nada, não existe filho(a) de Leviatã ou qualquer outro diabo que seja,  não se fala com Deuses através de internet, não se usa lagartixa de borracha em poção e não se faz Vodu com bonecos do Comandos em Ação. Mas isso são coisas que você aprende não só pela lógica, mas tendo bases até bem simples de diversos autores que explicam sobre simbologia dos objetos, materiais que não devem ser utilizados em magia, frequencia energética, tratamento com entidades e assim por diante.
Fora esses casos extremos, se você não conhece e a coisa te soa estranho, não diga "é maluquice", PROCURE SABER. Se for invenção, obviamente você não vai encontrar nada sério em relação àquilo, porém se for algo já estudado, terá bibliografia de sobra. Caso seja algo de cunho prático, procure saber de onde saiu aquela prática, que tipo de grupo usa aquilo, qual o fundamento e aí sim você julga se é ou não real. Falar mal ou rir de certas coisas é bem mais fácil que pesquisar, porém só te torna um alienado.
Vontade é tudo? NÃO, vontade é uma GRANDE PARTE, mas não é tudo. É necessário entender que qualquer objetivo necessita não só de vontade, mas de uma representação física daquilo e energia do desejo envolvida. Isso não é fácil, rituais não são feitos da noite pro dia, principalmente aqueles que envolvem um cerimonial. Então, se uma pessoa teve um tempo de estudo enorme para formular uma teoria, não custa nada dar ao menos uma olhada ou perguntar em que foi fundamentado aquilo. Tem gente que morre na praia, mas na mesma proporção existem teorias brilhantemente criadas que soam estranhas, mas no fim, funcionam tão bem quanto o que estamos acostumados a fazer.

Até a próxima...

Um comentário:

  1. Isso é muito complicado. Porém, o mais comum é ter nego dizendo que faz de tudo e, na maioria das vezes, é uma mistura de pretensão com fantasias e até mesmo possíveis n'algum tipo de literatura, seja essa baseada em fatos ou não.

    Eu não acredito em "poderes" de pessoas pela internet. Preciso de muito tempo e conversa para ter alguma base da pessoa em questão.
    Normalmente 'deixo rolar' e ou ignoro as pérolas, ou dou corda pra ver até onde vai.

    Sempre tem gente falando um monte de coisa que vc sabe que é abobrinha,pelo conjunto, pelas falhas, pelas contradições, pelas impossibilidades dessa galera de 15 - 20 anos já se dizer 'sinistra' e cheios de 'poder', falhando e criando mentiras que chegam a ser tristes e completamente desnecessárias...

    Não ha necessidade de explicar coisa alguma ou de convencer alguém das suas práticas e, acredito que na maioria dos segmentos, tal atitude, ainda mais se for insistente com autopromoção, normalmente é mentira e autoafirmação.

    Cada vez menos compartilho de alguma experiência minha (tirando aqueles momentos quando se está nalgum "coletivo" ou "meio" e vc acaba tendo que relatar inúmeras coisas rs), pois ha muito preconceito com coisas das quais não se entende, ou ainda, experiências que embora sejam viáveis, são ignoradas pelo simples fato de não estarem nos estudos da forma que o livro manda.
    Você acaba se fechando nesse sentido e por bons motivos.

    Enfim, gostei da postagem e, realmente, rituais não são feitos da noite para o dia e pesquisa sempre é bom rs
    abs

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