quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Quem cala consente





Dei uma sumida do blog por conta da faculdade que anda me tomando muito tempo, mas já retornei e não muito contente. Não é de hoje que ditos “Elders” da Wicca (desculpa galera, esse dessa vez é bem específico) ficam tentando meter a porra da fuça onde não foram chamados no único intuito de causa polêmica pra aparecer ou simplesmente pra eliminar concorrência.

Numa boa, foda-se se você gosta de adorar os seus deuses dando maçã e incenso no altar, fazendo oração e se comportando como um bom cristão bruxo sem fazer mal aos outros pra não voltar três vezes pra você. É a sua crença e você tem todo direito de fazer o que quiser, o que não rola é se meter no caralho da crença do outro, sério isso se chama falta do que fazer se você não ta ganhando nada com isso.
Liberdade de culto significa que na sua religião, a menos que seja contra a lei, você pode fazer o diabo que você quiser. Sacrifício animal tá incluso nesse pacote, goste você ou não. E mano, não é porque apareceu uma tia lá da casa do caralho falando que não pode que você vai calar a boca e abaixar a cabeça.
“Ah, mas ela disse que bruxaria é wicca”. Não meu bem, ela disse que bruxaria e wicca são sinônimos. Assim como nõidus é bruxaria em estoniano, brujeria é bruxaria em espanhol e witchcraft é bruxaria em inglês e nenhuma dessas práticas disse o que a sua tem ou não que fazer. Brujas espanholas criavam maldições em torno dos demônios católicos e feitiços invocando santos, você também vai fazer isso? Não, né? Pois bem, da mesma forma, ninguém é obrigado a não matar o diabo da galinha, da pomba, da cabra, da égua ou da vaca se seu culto disser que é assim que funciona.
Um pouquinho de história básica te fala que TODOS os povos pagãos da merda do ocidente fazem sacrifício animal. Quer paganismo onde sangue e sexo sejam “pecado”? Vira shintoísta. No shinto, sexo e sangue são coisas impuras e você pode reverenciar suas deidades com arroz e sake no conforto do seu lar. Agora, não vem dar pitaco em quem ta levando a parada a sério.
Ademais, além do recadinho pro fandon, vale dizer também que muito disso é culpa da galera que adora criticar quem é contra x ou y, mas só na porra do privado. Meter a cara a tapa e falar “Vá se fuder que a sua opinião não passa disso e você não vai meter a merda do bedelho nas minhas práticas” ninguém quer. Pagar de elite sabe tudo na porra do facebook é moleza, mas infelizmente se chama covardia... Um bagulhete chato aí que sociedades e deidades antigas não costumam curtir muito.
“Ah, mas os tempos mudaram!”
Mudaram mesmo, hoje em dia o povo é preguiçoso, é covarde, é criado a leite com pêra e acha que cultuar deidades da forma certa não tem que dar trabalho. Na moral, se você pensa assim, bom pra você, mas não venha meter a merda das suas regras estúpidas e carregadas de moralismo CRISTÃO ocidental no culto de quem estuda isso a tempo o suficiente pra te mandar a merda com fonte acadêmica e o caralho.

No próximo post, juro que falo mais de Shinto pra galera que gostar da idéia de não ter que matar bichinho. Vlw, flws.
 


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3 comentários:

  1. Só uma dúvida.
    Eu não conheço você e nem sei direito qual o assunto mas..
    A primeira pessoa citada, caso tenha uma opinião contrária da dos demais, está (de alguma forma) impedindo o outro de cultuar? Tipo..indo nos templos (usa-se templo?) das pessoas e dizendo que tem que ser feito de um jeito ou de outro?

    Ou essa primeira situação refere-se a uma opinião de alguém que afirma (e somente afirma) como ela ACHA que deve ser a prática?

    Outra dúvida..
    A história do sacrifício animal (e não, não é pecado..eu sei) refere-se às religiões africanas? Ou a essa religião chamada Wicca a que vocês se referem? Essa mulher que faz essas afirmações ela é algum tipo de autoridade ou está hierarquicamente acima das outras pessoas?

    Tipo.. não importa como eu rezo na minha casa. O papa não vai me procurar e dizer que estou fazendo errado ou certo. Mas se essa mulher tem mais conhecimento e vivência do que as demais pessoas estaria ela se fazendo valer desses títulos para apresentar sua visão?

    (Digo isso pois nos lugares que já frequentei..tipo santo daime e outros sítios alternativos, existem pessoas que se incomodam com a suposta arrogância dos mestres.. Mas.. cara.. Eles são os mestres e possuem algum tipo de titulação ou experiência para terem chegado onde estão. Muitas vezes eu percebi que era algum tipo de inveja retraída sabe?).

    A mulher citada no início afirma que não pode ter sacrifício animal no mundo ou somente nesse caminho religioso?

    Mais uma vez.. essa mulher ela cita a opinião DELA ou ela obriga as pessoas a não fazerem sacrifício animal? (E quando eu falo "obriga" eu quero saber se ela impede..ou se ela simplesmente expõe sua visão).

    Outra dúvida.. Quanto aos que você cita na outra parte do texto. A quem você chama de covardes.
    Se eles estão sendo assediados de alguma maneira eles podem procurar as delegacias e falar sobre crimes contra intolerância religiosa. Afinal de contas (se eu entendi certo) não é correto invadir o templo de alguém e impedir as pessoas de cultuarem seus Deuses.. E é um direito garantido por lei.


    Mas, se a referida mulher que tem essa prática costuma fazer isso em um embate ideológico, apresentando seu ponto de vista e dizendo o que acredita e desacredita.. me diz uma coisa: - Qual é o crime?


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    Respostas
    1. Vamos lá, meu bem:

      1 - Ir em templos/locais, etc. seria uma forma muito interessante da pessoa ver com o que está lidando antes de falar besteira. Infelizmente, não, negada fala sem conhecimento de causa mesmo, por pura intriguinha. E sim, é opinião e apenas isso (ainda que a pessoa faça questão de ditar como regra).

      2 - Não querida, não se faz sacrifício animais só nas religiões de matriz africana. Inclusive, é bem comum dentro do paganismo antigo você ter diversos tipos de sacrifícios para quase todas as divindades que se conhece. Como dito, uma das poucas religiões politeístas que não tem esse fundamento é o Shinto.

      3 - Uma coisa é você ser titulada na SUA religião. Outra é usar essa titulação na religião dos outros como se a sua fosse a única forma correta. È quase como a igreja que, na época da contra reforma, reclamava pra si o título de única religião cristã válida e perseguia os cristãos protestantes.

      4 - Espero eu que ela tenha dito só no caminho dela, mas, infelizmente as palavras dela são usadas como se TODOS os caminhos de bruxaria seriam obrigados a seguirem essa regra, uma vez que só o dela em tese é a forma correta de bruxaria.

      5 - É pior que isso. O povo que "assedia" o faz USANDO a lei de má fé. São denúncias sobre maus tratos a animais, menores de idade indo aos cultos e outras denúncias difamatórias que podem não ser verdades, mas causam um desconforto absurdo quando você tem a polícia na porta da sua casa ofendendo a sua religião. Além disso, ainda tem a questão de ONGs radicais que vira e mexe são acionadas para fazerem protesto em frente a essas casas/templos. Direito garantido por lei... É uma premissa bonita, mas na prática...

      5 - O crime é a arrogância de acreditar que apenas UMA VERTENTE de fato é correta e chamar quem faz suas obrigações de outra forma de CRIMINOSOS e dizer que devem ser denunciados. Isso é o crime.

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  2. Esses que se dizem magos realmente não levam à sério a arte de calar-se. Símbolo no Thelema, o indicador sobre os lábios. Franz Bardon deixou isso bem claro em seu livro voltado principalmente a iniciantes, e vemos os "estudantes de Herrmetismo" e ironicamente "Thelemitas" como os mais "faladores".

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