quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Deuses – Diferenças e Semelhanças





Demorei, mas apareci e quando apareci, percebi que andou rolando umas discussões meio bizarras pela internet. Afinal, se um raio cai na Terra, quem é o Deus responsável por isso? Uma pergunta que devia ter uma resposta bem simples (O Deus do Trovão) acabou gerando uma polêmica bem complicada sobre quem seria esse Deus do trovão.
Bom, pra começar essa discussão é preciso entender uma parada bem simples: O trovão não vai ser vermelho na África, roxo na Grécia e nem azul no Japão. Ele é igual em todos os lugares. O céu que você vê é igual, o sol também, o mar também e a terra idem. O que dirá sobre as estações do ano, o amor e a morte? Até onde eu me lembro, todo mundo quando morre fica imóvel e gelado igualzinho. Sabendo que os fenômenos naturais (hey, amar é natural, ok?) são os mesmos do Alasca até a Austrália, entramos em outra questão: Se é tudo igual, por que temos tantos deuses diferentes?
Então... O sol pode ser igual pra todo mundo, mas nem todo mundo chama ele de sol, correto? Em inglês é “sun”, em japonês é “hi”, em francês é “soleil”. Como você explica isso? Simples, são línguas diferentes! Da mesma forma, a interpretação desses fenômenos é nada menos que a linguagem usada por aqueles povos para explicarem tais fenômenos. O trovão é o mesmo em qualquer lugar, mas o chinês vai chamar de Lei Gong, o egípcio de Reshpu e o havaiano de Pele.
Isso não significa que os Deuses não possuam individualidades. É bem simples você entender isso quando pega exemplos da própria natureza, como o solo. O solo do Brasil é diferente do solo da Holanda, ainda que tudo seja terra. O mar dos EUA tem a corrente marítima diferente da Índia, ainda que tudo seja mar. Da mesma forma, os Deuses são essencialmente iguais, porém cada um com sua particularidade dependendo da região que você vai.
Isso não quer dizer que você não pode pisar no solo da Holanda só por ser brasileiro, da mesma forma que não impede Shiva de te ouvir se você for paquistanês e estiver fazendo tudo nos conformes para aquela divindade.
“Mas se os Deuses são essencialmente iguais, por que você só pode chamar os Deuses com ritos específicos?”
Pera lá! Não é bem assim. Você não vai fazer uma parada “a moda caralho”, mas é possível fazer adaptações para a sua região. Por exemplo, não existia milho na Grécia, mas é possível você oferta-lo para Deméter, afinal, aqui nas Américas, ele tem o mesmo simbolismo do trigo. Da mesma forma, o arroz no Japão. E perceba, os grãos citados possuem o simbolismo tão forte e tão equivalente ao trigo, que são ofertados justamente aos espíritos responsáveis pela colheita!
Claro, se você tiver condição de fazer a coisa bonitinha, faça, mas se não tiver, sempre tem um jeito de você acessar aquela força. O nome é algo tão secundário que ainda que você adapte (DE MANEIRA LÓGICA, OBVIAMENTE, NADA DE TORTUGUITA PRA HERMES) quase tudo, ainda é capaz de conseguir uma comunhão com aquela força. Lembrando que, se tu fizer merda, a treta também vem à galope não interessa onde você tá.
Isso não significa que todos os Deuses são um Deus só nem faces de um Deus só (Ok, pra galera wicca e pra tia Testemunha de Jeová que falou comigo esses dias, pode até ser, mas aqui a gente não tá tratando disso). O vento, a sorte, a montanha, a morte são coisas completamente diferentes, não vai inventar moda!

Situação esclarecida... Até a próxima!


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