quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Sobre Música e Energia





Esses dias eu tava de molho em casa e parei pra ouvir uns artistas que eu não ouvia a tempos. Como todo mundo sabe, o youtube é mestre em indicar coisas absolutamente nada a ver com porra nenhuma e no meio de um dos vídeos "relacionados" (adoraria saber a relação entre Lindsay Stirling e Sertanejo) havia um clipe qualquer que me chamou atenção. Não é o tipo de gênero musical que eu curto, a música inclusive era zoeira, mas eu fiquei pensativa sobre uma coisa: Se cada nota musical possui uma vibração, logo, possuem tipos de energia diferentes...e se esse coquetel de energia for na verdade aquilo que de fato te faz gostar ou não de uma música?

Mais experiência pessoal. Uma vez fui convidada pra uma festa de quinze anos de uma guria irmã duma amiga minha. A festinha tava tocando aquelas musiquinhas pop bem batidas e o clima da festa, apesar de estar chato pra mim, tava tolerável. Depois da valsa, a música mudou e começou primeiro a tocar uma batida de funk sem ninguém cantando. Antes de vir a primeira música "romântica" do Mr. Catra, o clima da festa (que antes estava tolerável) se tornou simplesmente INSUPORTÁVEL, era papo de eu querer sair dali correndo (DETALHE: NÃO HAVIA VOCAL AINDA NA MÚSICA).
Beleza, quando entrou a primeira música com vocal o clima ficou uma merda de vez (PRA MIM) e eu já tava agoniada pra sair da festa. Fiquei esperando o táxi tempo o suficiente pra música acabar e mudar pra outra. Me chamem de doida, mas foi realmente engraçado como é que o insuportável passou a "quero ficar pra escutar mais essa" quando começou a tocar "Beijinho do Ombro". A letra é besta até dizer chega, a Valeska não canta bem (eu não gosto, nada contra quem curte), mas cara...a música conseguiu  me prender e fazer o clima ficar mais agradável.
Hoje ocorreu o mesmo fato com a música lá do sertanejo zoeira. A música é engraçada demais, mas não dá pra eu dizer que não gostei do ritmo. Qualquer letra naquele ritmo, por mais horrível que fosse, ficaria agradável mesmo eu não gostando de sertanejo. A salada de notas que compõem certas harmonias as vezes acabam nos fazendo gostar de coisas totalmente fora dos gostos musicais, creio eu que por conta da energia que aquilo te passa.
Antes de escrever esse texto eu acabei fazendo meia dúzia de teste pra ver se de fato a tese batia...e cara, o resultado é muito maneiro. De Forró a Black Metal, música séria a música zoada, sempre vai ter uma ou outra de todos os gêneros que vai soar incrivelmente agradável aos seus ouvidos, ainda que letra seja um lixo ou que o vocal seja ruim. A energia que aquilo produz consegue falar mais alto do que qualquer outro elemento dentro daquela composição e adivinha? Isso é involuntário.
Você pode ser o tr00 metaleiro maligno 666 filho do capiroto nervoso com a diaba sem rabo, uma hora tu vai se deparar, só de zoas, com uma banda de música GOSPEL e aquela maldita melodia vai te dar uma seduzida marota. Tu pode xingar, queimar igreja, bater em pastor...lá no fundo, bem lá dentro da sua cabecinha cheia das satanagens, aquela música vai estar tocando e seu subconsciente vai estar dizendo "porra, essa música até que é maneira, hein!". É cara, é a triste realidade, o mundo da música tem dessas coisas.
Não confundir uma harmonia que te seduz com música que você GOSTA e nem com música CHICLETE. Não são a mesma coisa. Esse tipo de fenômeno é horrível (pelo menos pra mim) porque geralmente você só fica com o diabo do instrumental memorizado e esquece nome da música, artista, letra, a porra toda... isso porque você não lembra da música em si, mas da energia que aquilo te passou. Isso também explica quando aquela música que você julgava ser perfeita, se torna a coisa mais irritante da história quando tocada em parceria com outra pessoa que mete algum instrumento ou "nota alienígena" na música ou quando tu ouve um cover...
Que seja viagem minha...acho que é uma viagem a se pensar. Boa noite povo.
 

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