domingo, 22 de junho de 2014

Vamos Falar de Tradição





1. Tradição

Hábito ratificado pela prática histórica, passado que indica respeito, ato contínuo validado por uma transmissão cultural.

Legal que nesse a introdução é curta e grossa. O que você mais encontra internet a dentro hoje em dia, são adolescentes (em geral de seus 15 a 16 anos) que insistem em dizer que "criaram uma tradição". Satanismo, wicca, bruxaria, alquimia...enfim, seja do diabo que for, esse pessoal simplesmente cria um conjunto de dogmas e práticas (geralmente pautadas em filosofias e visões totalmente atuais e sem o menor estudo sobre magia prática) e se auto proclamam sumos sacerdotes dessas correntes.
Alguns são mais espertos que outros, dizem que a tradição foi passada da avó para a mãe e da mãe para ele. O interessante é que geralmente você vai no perfil da mãe de um sujeito desses e a mulher é aquela Evangélica tr00 que tá no culto todo Santo Domingo falando em línguas. Quando você questiona sobre o fato, a resposta é sempre a mesma: "Ela se converteu pois não agüentou o fardo que [insira o nome da entidade de culto aqui] impôs sobre ela e agora eu devo continuar o legado da família para que não se perca".
As avós (detalhe, quase sempre é avó...os pobres avôs devem ficar muito chateados com isso, ainda bem que não possuem facebook) em geral estão mortas. Ou pelo menos é isso o que eles dizem antes de te bloquearem por você ter visto uma foto deles com a suposta defunta no aniversário do irmãozinho menor ou no dia das mães. E, em geral, a doce senhora fazedora de biscoitinhos e geléias é quase sempre cristã fervorosa.
Esses são o primeiro caso. A galera da suposta bruxaria familiar. Mas sinceramente, o segundo caso é em geral meu favorito. O pessoal que foi iniciado em alguma tradição super secreta ou super exclusiva e que agora passa tudo o que foi aprendido...via internet. As histórias variam e são as mais legais possíveis.
Em geral, a pessoa tem um mestre FODALHÃO. O cara é o pica das galáxias nervosas no quesito magia e faz as coisas mais improváveis, além é claro de ser mestre em quase todos os tipos de magia. O sujeito pode ter vindo de uma família de bruxos legais ou de uma ordem famosa (ou que possua algum membro famoso). Os mais criativos inventam ordens e/ou tradições para personagens históricos (de todas as partes do mundo, mas geralmente é europeu) que de alguma forma foi passada para o tal sujeito, que por muita sorte ou coincidência decidiu que aquela criatura, que mal escreve em seu idioma natal e faltou a todas as aulas de história e geografia a ponto de não saber que o Egito não fica no Oriente Médio e nem na Europa (mesmo sendo próximo de ambos), deveria ser seu grande aprendiz que levaria o conhecimento e a tradição pra frente.
Vale lembrar que o nome e o currículo do sujeito são importantes. O nome é quase sempre algo estrangeiro, mas que o sujeito não sabe escrever então escreve como se fala , e 99,9% das vezes ou é maçom ou é Illuminati (o 1% a gente deixa pros que tiveram mais sorte na busca do Google e falam que o cara veio de uma Ordem Pitagórica ou algo assim). Eu juro que no geral eu deixo esse povo falar a vontade só pra ver até onde vai a criatividade (e, claro, pra pegar os erros) e ouvir sobre a tal "tradição", que também sempre vem recheadas de misturebas a là Era da Internet. Admito, eu me divirto e rio horrores, principalmente quando o sujeito acha realmente que tá me convencendo.
O terceiro tipo é mais raro, mas também já encontrei. O pessoal das "tradições místicas astrais". Basicamente, tradições passadas por entidades. As entidades tem ordens astrais e agora querem arrumar umas filiais na Terra, aí passam o conhecimento pro sujeito e ele tem que vender o produto disseminar o conhecimento entre nós, seres humanos ignorantes. Dessa aí eu já ouvi umas lombras COMPLICADAS...dignas de um bom LSD com absinto. Lúcifer espírito lemuriano atlante que passou a tradição dos anjos caídos, ordens de magos negros vampiros do Umbral que ficam sugando a energia da Terra através das linhas de Ley, gente que vira meio entidade (não, dessa vez não to falando de Otherkin, esse povo aí SE TORNA meia entidade e se dizem pertencentes a uma categoria de subentidade que tem os nomes mais legais possíveis) e as minhas favoritas, tradições passadas diretamente pelos Deuses regadas de pensamentos influenciados pelo Judaico-cristianismo.
Enfim, não importa qual dos tipos de indivíduos você encontrou pelo caminho, o lance é saber filtrar as informações que te passam. Tradições não se criam da noite pro dia e tem todo um fundamento e não essas porras a moda caralho que a gente acha por aí. Ordens Místicas também seguem a mesma recomendação. Pesquisar não custa muito, as vezes quinze minutos no Google já te mostram que o sujeito é um puta charlatão querendo se aproveitar de você de alguma forma. Mas, se a preguiça falar mais alto, tenho nem pena da sua pobre alma, mesmo porque eu não sou uma pessoa legal.

2 comentários:

  1. Lucrezia, boa tarde!

    Seu blog é ótimo!! Ficaria horas lendo os artigos, porém o layout está bem pesado para ler...Minha sugestão seria trocar a cor d fundo, o q vc acha??

    Bjo grande!

    Sissi

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  2. Lucrezia, é disso que venho falando o tempo todo! É isso e esses sujeitos que me estressam e me irritam, e ainda querem me apontar o dedo!
    Affz!
    Ponham na cabeça: tradição existem de dois tipos - seculares e milenares! Uma dita "tradição" que só tem algo mais antigo da liturgia da década de 20 não é uma tradição, muito menos um grupo que afirma ter firmado uma egrégora válida com 6 anos de prática, visto que uma tradição no mínimo secular tem que ser anterior à década dos anos 10 do ano passado! Já uma tradição que tenha um livro das sombras do século X, já é válida, mas um grupo que tenha apenas alguns elementos dessa tradição misturados com coisas novas, tiradas de thelema, de teurgia, etc etc, já não é tradição, um dia pode até ser considerada e reconhecida assim, mas levará ainda muitas e muitas décadas! E não tem como também comparar tradições seculares com as milenares... algumas tradições ditas de "bruxaria tradicional" aparecem com muitas influências da tradição secular da Igreja! Não tem como comparar com a feitiçaria ancestral da Era do Gelo (xamânica, totêmica e/ou animista), ou com a fetiçaria pagã politeísta da antiguidade! Ainda acho que muitas pessoas estão voltando a Idade Média, e por vontade própria!

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