Titânia e Oberon - Sonhos de Uma Noite de Verão |
Não é de
hoje que a gente encontra pela net a fora centenas de artigos sobre fadas em
seus mais diversos aspectos: sejam como seres naturais, como criaturas doces e
meigas ou mesmo como espíritos tricksters. Há uma certa inclinação de algumas
vertentes a considerarem as fadas como criaturas "bondosas", dada sua
pureza. O que esquecemos é que pureza e bondade não são sinônimos e um leão não
vai deixar de ser puro só porque te matou pra se alimentar. Rapadura é doce, mas não é mole não.
No segundo
momento, entramos numa era onde a Igreja se esforçava não só para extinguir culturas
pagãs como também para demonizá-las. Nesse ponto, as fadas ganham sentimentos e
um ar de "andarilhos". Predominantemente são associadas a figuras
femininas e a maior parte de suas histórias costumam terminar em tragédias ou
dramas amorosos. Temos nesse balaio folclórico lendas como as de Melusine, Murgen
e Morgana (esse povo gosta de M hein...) mostram fadas mais humanizadas e
sempre com um certo ar de realeza.
No terceiro
momento, as fadas se tornam vilãs definitivamente. A Era Vitoriana, uma época
de extremo conservadorismo na Inglaterra, tratou de deixar as fadas com um
caráter trickster extremamente acentuado e de certa forma cruel. Lendas sobre
círculos de cogumelos encantados onde as fadas raptavam pessoas e as devoravam,
trocas de crianças humanas por bebês fadas, raptos de esposas poucos instantes
antes do casório ou a morte de maridos por conta de fadas (agora também com
aspecto masculino) enciumadas aterrorizavam o Reino Unido durante as noites de
neblina densa. Isso provavelmente se deve a questão da recusa do ato de falhar,
oriundo do comportamento da Rainha.
O quarto
momento vira o quadro de maneira drástica.
As fadas idealizadas por Shakespeare em "Sonhos de Uma Noite de
Verão" começam a ser resgatadas em forma de livros e contos infantis do
séculos XX. Personagens sempre bondosos e dispostos a ajudarem crianças e
necessitados de bom coração, em geral dotados de asas de insetos como libélulas
ou borboletas. Nessa época surgem histórias como A Fadas do Dente, as fadas
madrinhas dos Irmãos Grimm se tornam personagens muito mais maternais que as
histórias originais, outras histórias infantis antigas narram fadas como
heroínas em batalhas com feiticeiras más até chegarmos as "Sininhos".
Fadas com pouco mais de 15cm (quando muito), corpo de mulher adulta e um jeito
um tanto infantil e mimado, mas de bom coração.
O que
acontece atualmente é que a parte das fadas como "seres amorais" foi
quase completamente esquecida por muita gente e assim vemos várias tradições
religiosas e covens tratando esses seres como se fossem criaturas pacíficas,
amáveis e subservientes. Pois bem, algumas dicas sobre o assunto: Fada não é
bichinho bonitinho que você agrada com Cupcake, elas podem OU NÃO aceitar a sua
oferenda e se aceitarem, não significa que não vão foder com a sua vida. Lembrem-se,
elas não amorais. Não existe pecado em sacanear quem te deu um belo prato de
biscoitos de erva doce... É só brincadeira. Então, quer trabalhar com elas?
Legal, mas não caia nessa de que elas são fofas e dóceis. A natureza NÃO É FOFA
E DÓCIL e assim como um leão não deixa de ser um ser puro só porque comeu você,
elas também não deixam de serem puras só porque resolveram murchar todo o seu jardim de manjericão que
você plantava a anos ou fizeram seu gato fugir de casa. Lide com isso.
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